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Frank Lampard terá trabalho para mudar a mentalidade do atual plantel do Chelsea. (Foto: divulgação) |
Assim como na vida, a única constante no futebol é a mudança. Mesmo que os resultados e os campeões se repitam constantemente nas grandes ligas europeias, times se renovam, jogadores viram a casaca, treinadores são substituídos e a direção muda o planejamento assim como muda de roupa. Todos os times, dos menos expressivos até os mais consagrados, passam por esses processos.
Em meio a tantas mudanças, sejam elas sutis ou turbulentas, existe um fator decisivo que separa os jogadores das lendas, os campeões dos rebaixados e times históricos de equipes irrelevantes: a mentalidade. O Chelsea vive hoje uma das situações mais complexas desde a aquisição do clube pelo magnata russo Roman Abramovich. Proibido de contratar, com um técnico inexperiente no comando de muitos jogadores também sem experiência e pressionado por uma torcida cada vez mais reacionária. Mas disso você já sabe.
A questão é: como o plantel vai lidar com isso? Não só dentro de campo, mas no vestiário e também fora dele. Desde a temporada passada, a mentalidade da equipe é questionável, inclusive abertamente em entrevistas do ex-treinador Maurizio Sarri.
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No jogo do último domingo, contra o Manchester United, na estreia do time da Premier League, mais do que erros individuais ou falhas de sistema defensivo, a mentalidade foi um fator determinante na goleada sofrida por 4-0, no Teatro dos Sonhos. Após o primeiro gol, onde o time vinha melhor, o baque foi enorme. Era visível no semblante dos jogadores, na forma como eles se comunicavam em campo e até mesmo no jeito de correr atrás da bola, ações que contribuíram e muito para o segundo, terceiro e quarto gol. Não existe, ainda, poder de reação. E isso é muito preocupante.
Na atual fase do Chelsea, o verdadeiro golaço vai ser desenvolver adaptabilidade e a mentalidade, muito mais do que acertar posicionamento defensivo, vencer jogos e se manter no esquadrão do Big Six. Muito se fala em paciência, em dar tempo ao tempo, e isso não poderia ser mais necessário. Porém, é preciso ter em mente que vamos perder. Vamos sair atrás do placar. Vamos tomar gols.
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Emerson Palmieri foi um dos melhores jogadores em campo na goleada sofrida pelo Manchester United. (Foto:divulgação) |
Mas o que vamos fazer a respeito? Desesperar, se livrar da bola, deixar que o outro resolva? O primeiro jogo oficial da temporada já nos provou que esse não é o caminho. Até mesmo porque, não temos mais Eden Hazard para chamar o jogo e decidir sozinho, como já o fez inúmeras vezes. Também não temos uma espinha dorsal que não precisava de braçadeira para liderar o time, acalmar quando estávamos afobados e pedir agilidade quando estávamos em banho-maria. Afinal, Lampard, Cech e Makelelé seguem atuando de terno, mas não mais dentro de campo.
Psicologia e futebol têm tudo a ver. Grandes times sempre contaram com grandes pessoas e grandes seres humanos, que por muitas vezes superaram adversários até muito melhores para vencer uma partida e até mesmo um campeonato na base da resiliência e da raça. Um exemplo disso? Chelsea campeão da Champions League em 2012, mesmo saindo atrás de Napoli, Barcelona e Bayern na grande final em Munique. Não há dúvidas de que 50% do maior título da nossa história se deu justamente pela mentalidade sólida, firme e capaz de se reinventar em situações.
Ainda é extremamente cedo para falar que fulano ou ciclano não presta, que Lampard não serve ou que vamos ser goleados em todos os clássicos. Isso é ser reacionário e não racional. Porém, está sim, passando da hora do elenco do Chelsea se mostrar resiliente, capaz de transformar situações adversas em oportunidades de evolução e não em “desculpas”.
Que a lição seja aprendida rapidamente e que voltemos muito mais fortes, principalmente mentalmente. Afinal, não há derrota pior do que perder para si mesmo.
1 Comentários
Só um problema, quem torce para o Chelsea de 15 anos para cá não está acostumado com posições de meio de tabela. Aprendizado para nós também
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