Jadon Sancho é o sonho de consumo da diretoria e da torcida do Chelsea, mas a chegada do inglês não deve ocorrer nessa janela. (Foto: Getty/TF Images)
Era natural que a primeira janela de transferências após a redução
da pena imposta pela FIFA ao Chelsea, por supostas irregularidades na
contratação de jogadores menores de idade, seria caracterizada pelas mais
diversas especulações. Afinal, ainda que em intensidade menor nos últimos anos,
os Blues se caracterizaram como um
clube ativo no mercado, sobretudo após a chegada de Roman Abramovich. Não vou
tratar aqui de quem eu acho mais ou menos adequado para reforçar a equipe neste
momento, mas sim do que a janela de inverno representa no contexto de
contratações e porque não podemos (ou devemos) esperar nomes de grande impacto.
Para começar, os clubes possuem apenas o mês de Janeiro para
finalizar suas negociações, contra os praticamente 3 meses da janela de verão
(junho, julho e agosto). O fator tempo faz com que a necessidade de uma
resolução rápida eleve o custo dos alvos, uma vez que muito dificilmente suas
perdas serão repostas. É o que temos visto, por exemplo, nas notícias
envolvendo Wilfried Zaha, do Cristal Palace, que estaria exigindo £80 milhões para liberá-lo
ainda este mês.
MERCADO DE TRANSFERÊNCIAS
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Em segundo lugar, para o caso de transferências de atletas que
venham de outras competições, existe um fator de dificuldade adicional: a
adaptação à Premier League. Nesse sentido, não precisamos ir muito longe, já
que em janeiro de 2019 trouxemos Higuaín como a solução para o ataque, a pedido
de Maurizio Sarri. O resultado: 18 jogos e apenas 5 gols, não podendo ser
considerado exatamente um sucesso. É nesse risco que se encaixaria uma eventual
chegada de Gabigol que, apesar de todo o potencial que possui, poderia seguir o
mesmo caminho do argentino ou mesmo de Alexandre Pato, que muitos nem se
lembram que passou por aqui.
Por fim, os clubes não negociam suas estrelas em janeiro. A última
contratação de impacto que fizemos nessa janela foi Fernando Torres, nos idos
de 2011, pela quantia recorde para a época de £50 milhões. De lá para cá, o único que vale a pena mencionar
contratado no período foi Gary Cahill (além de uma breve menção a Raúl
Meirelles, que foi importante no título da Champions). Fora estes, a lista de flops é grande: Demba Ba, Juan Cuadrado,
Papy Djilobodji, Ross Barkley, além dos já mencionados Higuaín e Pato.
Muta expectativa foi criada na chegada de Fernando Torres, mas o atacante nunca conseguiu ser o mesmo da época do Liverpool. (Foto: Shaun Botterill)
Acredito que uma boa estratégia a ser adotada no momento para os
dois principais nomes ventilados em Londres – Jadon Sancho e Timo Werner – é a
mesma utilizada para a chegada de Christian Pulisic. O americano foi contratado
em janeiro de 2019, quando já era esperada a punição pela FIFA, mas foi
emprestado novamente para o Dortmund. Dessa maneira, conseguiríamos garantir os
dois sonhos de consumo da torcida e evitar uma concorrência ainda maior no
verão. Para o momento, caso venha alguém, aposto que será mais para compor
elenco do que para resolver.
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