Por Arthur Macedo
O posicionamento ideal para Timo Werner vem sendo daqueles assuntos excelentes de se dar pano para manga. Há quem diga que a melhor alternativa é utilizá-lo pela beirada do campo, acompanhado de Tammy Abraham ou Giroud no comando do ataque e existe o grupo que defende um posicionamento mais central do atacante alemão.
Muito se fala sobre seu tempo na Alemanha, mas a comparação entre o futebol da Bundesliga com o da Premier League pode ser bastante traiçoeira. É evidente que no campeonato alemão existe muito mais espaço do que se vê na Inglaterra, além de o jogo ser menos intenso. Um bom disso é a dificuldade que Kai Havertz, também recém chegado da liga alemã, vem apresentando em alguns jogos recentes do Chelsea.
O que se deve levar em consideração sobre a carreira de Werner em solo alemão é a sua grande capacidade de contribuir com gols para sua equipe; seja marcando gols ou dando assistências. Em média, ele apresenta um valor bastante expressivo de aproximadamente 30 G/A por temporada nos últimos cinco anos.
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Todos sabemos que uma das armas mais letais do arsenal de Timo Werner é sua velocidade e são vários os lances onde essa sua característica é mais bem aproveitada pelo lado do campo, justamente por geralmente se ter mais espaço por ali. Entretanto, a Premier League conta com muitos times extremamente bem organizados defensivamente e não é novidade vermos times adotarem um estilo de jogo mais retraído contra o Chelsea, dando mais a posse para os blues e jogando com praticamente todos seus jogadores atrás da linha da bola.
Em situações como essa, Werner acaba sendo prejudicado ao ser escalado na ponta do campo. Seu jogo fica muito limitado pelo pouco espaço fornecido pelos adversários além de isso também o afastar do gol, e lugar de atacante, ainda mais um de tantos gols como Werner, é perto do gol. Inclusive, não só Werner, mas o sistema ofensivo como um todo vem apresentando dificuldades para criar oportunidades em jogos assim.
Nesse cenário o interessante é que se tenha, nas pontas, jogadores mais incisivos como Pulisic e Hudson Odoi, que driblam mais e ganham duelos no 1v1 para encontrar espaços em regiões congestionadas e, consequentemente, criar mais chances para o time. Caso contrário, o setor criativo fica limitado a bolas alçadas na área como foi visto na derrota para o Everton no Goodison Park, onde 32 cruzamentos foram realizados e nenhum levou perigo à meta de Pickford.
Em contrapartida, existem vários times ingleses com propostas bastante ofensivas e que utilizam linhas altas na marcação. Nesses casos, a presença de Werner no lado do campo pode ser o fator que muda o jogo. Recentemente, no jogo que marcou a volta dos torcedores a Stamford Bridge, Werner jogou por ali e foi fundamental na construção do gol que selou a vitória sobre o Leeds ao arrancar por todo o campo de defesa dos adversários deixando os marcadores para trás e encontrando Pulisic dentro da área em ótima condição para empurrar a bola para a rede.
Acredito que não exista posição certa ou errada para se utilizar Timo Werner, até porque durante sua carreira o alemão atuou em todas as posições de ataque e apresenta bons números em todas elas. Timo é daquele tipo de jogador, raro hoje em dia, que sempre encontra uma forma de contribuir para o bom desempenho do seu time, mesmo quando os gols não aparecem. Fato é que caso não seja bem utilizada, sua versatilidade pode deixar de ser uma arma do time de Frank Lampard e passar a jogar contra o Chelsea.
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