Uma das bases do sucesso: o relacionamento

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Pode parecer clichĂȘ dizer que um bom ambiente de trabalho faz com que todo colaborador produza mais e trabalhe com mais desenvoltura. Pois bem, isso nĂŁo se aplica sĂł no nosso dia-a-dia de trabalhador, no futebol tambĂ©m Ă© assim. Mas por que estou falando disso? 

Quem nĂŁo se lembra da Ă©poca dos medalhĂ”es que o Chelsea contratava, ganhava tĂ­tulos e, ainda assim, nĂŁo era um projeto autossustentĂĄvel? JĂĄ perdemos craques por brigas com outros craques, perdemos campeonatos por relacionamentos ruins, sem falar da temporada 2015/16, o ano que teve atrito atĂ© com a mĂ©dica do time e terminamos em 10Âș lugar. Foi um verdadeiro inferno astral. Pois bem, provavelmente o Chelsea aprendeu com os seus erros e mudou seu modus operandi

Prezar por um bom ambiente de trabalho, preocupar-se com as necessidades do colaborador, motivĂĄ-los e apoiar alguma causa nobre e açÔes sociais estĂŁo entre medidas que as empresas (pelo menos as maiores) tĂȘm praticado com mais frequĂȘncia e parece que o Chelsea tem se apoiado em algumas vertentes para formar o elenco e mostrar uma nova versĂŁo do Chelsea. 


A começar pela escolha de Frank Lampard como tĂ©cnico, uma escolha nĂŁo sĂł tĂ©cnica e que muito tem a ver com a personalidade do nosso comandante, por ele ter boas relaçÔes com os jogadores e porque foi um deles. Foi uma mudança drĂĄstica em relação ao tĂ©cnico antecessor, Maurizio Sarri, que muitos jogadores reclamaram da dificuldade de se comunicar e de se relacionarem com o italiano. 

Falar que a sanção para contratar foi benĂ©fica para o clube resetar seu mindset, traçar um planejamento e, enfim, criar uma linha de trabalho, Ă© assertivo. O clube precisou tomar uma punição da Fifa para utilizar sua base (motivo da prĂłpria punição) tĂŁo rica em talentos, super premiada, com tantos bons profissionais e isso sĂł reforça o tema do texto. O relacionamento desses jogadores Ă© de longa data, nĂŁo sĂł na base do Chelsea, como nas seleçÔes de base por onde passaram. Reece James, Mason Mount, Tomori, Abraham, Gilmour (sĂł pela base), Callum Hudson-Odoi, sĂŁo uns dos exemplos que temos. 


AlĂ©m desse bom ambiente propiciado para e, tambĂ©m pelos, jovens, isso faz com que as novas contrataçÔes para esta temporada (2020/21) se ambientem e adaptem de forma mais ĂĄgil. Exemplo disso Ă© a forma que Thiago Silva, Ben Chilwell (que jĂĄ era amigo de muitos jogadores do elenco), Édouard Mendy, Ziyech, Havertz e Werner foram tĂŁo bem recebidos no clube. Num ano de pandemia, sem prĂ© temporada, podem ter certeza que esse foi um trunfo para encontrar entrosamento entre todos mais rapidamente. 

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A vitória sobre o Sevilla, hoje, fora de casa, com um time praticamente reserva e sem os pilares da equipe é o maior exemplo disso. Giroud, que poucos minutos vinha tendo durante a temporada e sempre que entrou, correspondeu, anotou quatro gols e foi festejado por todo o elenco. Hudson-Odoi quem muitas vezes não ficou nem no banco e Lampard disse que conversou com ele e o elogiou por sua atitude durante os treinos, os jogos, sua evolução sem a posse de bola, jogou a partida inteira e foi muito bem. São diversos casos que validam a boa gestão de elenco de Frank Lampard, mesmo que ainda não concordemos com algumas opçÔes, nosso técnico vem mantendo uma boa harmonia no clube. Frank estå escolhendo a dedo todos os atributos que ele quer para a formatação do elenco, desde a escolha técnica, como a personalidade e encaixe dos jogadores. E o melhor disso tudo? A diretoria estå alinhada e o då carta branca, total apoio.

Um projeto a longo prazo, bem estruturado e autossustentĂĄvel depende, tambĂ©m, de bons relacionamentos para atingir objetivos e ter excelĂȘncia. Por isso, nĂłs, torcedores Blues, precisamos ter calma e confiar no processo. Eu mesmo escrevi um texto cobrando uma postura da diretoria, um planejamento, um norte e, enfim, eles “me ouviram”. O Chelsea tem um projeto e precisa seguir com ele atĂ© fim, para colher frutos lĂĄ na frente, e tenho certeza que seremos felizes.



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