Um estudo recentemente publicado pela CIES Football Observatory divulgou os balanços de transferências dos principais clubes europeus nos últimos 5 anos e, como era de se esperar, o Chelsea aparece no top 10, não importa qual variável escolhamos para analisar. Em termos de importância, a Premier League mantém-se como a liga que mais movimenta dinheiro no mundo, com 4 clubes entre os que mais gastaram com reforços no período. Mas o que esses números significam para o clube de Stamford Bridge? É isso o que pretendemos analisar aqui.
Levando em consideração o saldo das transações, ou seja, a diferença entre o valor gasto em contratações e o recebido com as saídas, o Chelsea teve um negativo de 308 milhões de euros, atrás dos rivais diretos de Manchester (City em 1º, United em 2º), do Everton (6º) e do Aston Villa (7º) na Premier League, e ficando com o nono "pior" resultado, mas a frente do Arsenal, que fecha a lista dos 10 maiores gastadores. Completam o topo Barcelona (3º), PSG (4º), Inter de Milão (5º) e Milan (8º).
Ao considerarmos apenas as chegadas de jogadores, saltamos para a quarta posição, com incríveis 968 milhões de euros gastos desde a janela de verão de 2016. Apenas Barcelona (1,1 bilhão de Euros), City (1 bilhão) e Juventus (999 milhões) nos superam. Analisando a receita obtida da venda ou do empréstimo de atletas, novamente o Chelsea mantém a quarta colocação, tendo arrecadado 660 milhões de euros no espaço de tempo em análise. Destacam-se, sob essa ótica, o Mônaco (758 milhões de Euros), a Juventus (750 milhões) e o Barcelona (700 milhões) ficam à nossa frente.
Um fato que chama a atenção é que todos os clubes da ingleses que figuram no estudo apresentam resultado negativo, o que reforça o argumento de que existe uma sobrevalorização de um jogador na hora de se transferir para a Inglaterra ou simplesmente para mudar de clube na "terra da rainha". É por isso que não e coincidência que o Manchester United tenha pago €87 milhões por Harry Maguire, o Liverpool, €75 milhões por Virgil van Dijk e o próprio Chelsea tenha gasto €80 milhões por Kepa Arrizabalaga.
Passemos agora para analisar as 5 principais movimentações do Chelsea no mercado de transferências:
10º Lugar: Chegada - Ben Chilwell - €50 milhões
9º Lugar: Chegada - Timo Werner - €53 milhões
8º Lugar: Chegada - Jorginho - €57 milhões
7º Lugar: Venda - Diego Costa - €60 milhões
6º Lugar: Venda - Oscar - €60 milhões
5º Lugar: Chegada - Christian Pulisic - €64 milhões
4º Lugar: Chegada - Alvaro Morata - €66 milhões
3º Lugar: Chegada - Kai Havertz - €80 milhões
2º Lugar: Chegada - Kepa Arrizabalaga - €80 milhões
1º Lugar: Venda - Eden Hazard - €150 milhões
Chamam a atenção nessa lista o valor exorbitante pago pelo Real Madrid na transferência de Eden Hazard, bem como o valor que o Chelsea gastou na contratação de Kepa Arrizabalaga, em uma das "compras por pânico" mais famosas da história. Além disso, 3 das transferências mais volumosas envolvendo o clube de Roman Abramovich foram reforços que chegaram na temporada 2020/21: Chilwell, Werner e Havertz.
Por mais que o valor de €308 milhões de saldo negativo chamem a atenção, não se comparam com os déficits de €631 milhões do Manchester City ou de €586 milhões do Manchester United. Dentre as 5 principais ligas europeias em questão (Premier League, La Liga, Ligue 1, Serie A e Bundesliga), operar no vermelho em termos de mercado de transferências é a regra, não a exceção, sobretudo para os clubes maiores. Ainda assim, não deixa de ser um ponto de preocupação, por conta da importância do Fair Play Financeiro para a UEFA e da tentativa de melhoria dos seus mecanismos de controle, sobretudo em um momento em que as receitas com bilheteria praticamente inexistem e, dado a crise econômica provocada pela pandemia, também a venda de produtos oficiais tende a ver sua receita reduzida.
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